Com o crescimento cada vez maior do mercado financeiro no Brasil, uma modalidade de investimento vem ganhando destaque: os ETFs, ou Exchange Traded Funds. Esses fundos de investimento, que são negociados na bolsa de valores, têm se tornado uma opção cada vez mais atrativa para os investidores brasileiros, e o gestor da XP Asset, Danilo Gabriel, acredita que há um grande potencial de crescimento para essa indústria no país.
De acordo com Gabriel, o principal fator que pode impulsionar a expansão dos ETFs no Brasil é a equiparação tributária com os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Atualmente, os ETFs são tributados pelo Imposto de Renda na fonte em uma alíquota de 15%, enquanto os FIIs contam com uma alíquota de apenas 20% sobre os rendimentos distribuídos aos investidores. Essa diferença de 5% pode parecer pequena, mas faz uma grande diferença na rentabilidade final dos investimentos.
Segundo o gestor da XP Asset, essa equiparação tributária é fundamental para que os ETFs tenham um crescimento expressivo no mercado brasileiro. “Os FIIs têm se mostrado uma opção muito atrativa para os investidores, principalmente por conta da isenção de impostos sobre os rendimentos. Se os ETFs também puderem contar com essa vantagem, acredito que muitos investidores irão migrar para essa modalidade”, afirma Gabriel.
Além da equiparação tributária, outro fator que pode contribuir para o crescimento dos ETFs no Brasil é a diversificação de produtos. Atualmente, a oferta de ETFs no país ainda é limitada, com poucos fundos disponíveis para os investidores. Porém, já é possível encontrar ETFs que acompanham índices de ações, renda fixa, commodities e até mesmo moedas estrangeiras. Com uma maior variedade de opções, os investidores podem escolher os ETFs que melhor se adequam às suas estratégias e objetivos.
Outro ponto importante a ser destacado é a baixa taxa de administração dos ETFs. Por serem fundos de investimento passivos, ou seja, que replicam índices de mercado, os ETFs possuem taxas muito mais baixas do que os fundos de investimento tradicionais. Isso significa que os investidores podem ter um retorno maior sobre seus investimentos, já que não precisam arcar com altas taxas de administração.
A facilidade de investimento também é um fator que pode atrair mais investidores para os ETFs. Ao contrário dos fundos de investimento, que geralmente exigem um valor mínimo de aplicação e uma carência para resgate, os ETFs podem ser comprados e vendidos a qualquer momento durante o horário de funcionamento da bolsa de valores. Além disso, a compra e venda de ETFs é realizada de forma muito semelhante à negociação de ações, o que torna o processo mais simples e acessível para os investidores.
Com todas essas características, não é difícil entender por que os ETFs têm se tornado uma opção cada vez mais atraente para os investidores brasileiros. E o potencial de crescimento desse mercado é enorme. Segundo dados da B3, a bolsa de valores brasileira, o patrimônio líquido dos ETFs no país cresceu mais de 100% nos últimos três anos, alcançando a marca de R$ 45 bilhões em agosto de 2021.
Além disso, o Brasil ainda está muito atrás de outros países quando se trata de ETFs. Nos Estados Unidos, por exemplo, os ETFs já são uma opção consolidada de investimento, com um patrimônio líquido de mais de US$ 6 trilhões. Na Europa, esse número ultrapassa os US$ 1 trilhão. Ou seja, há um enorme espaço para crescimento no mercado brasileiro.
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