A recente decisão do Banco Central de elevar a taxa Selic para 14,25% trouxe à tona uma discussão importante sobre os impactos que essa medida pode causar nos investimentos, especialmente nos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs). Dentro desse contexto, é importante entender como os FIIs de papel e os FIIs de tijolo podem ser afetados por essa mudança e quais são as vantagens e desvantagens de cada tipo de investimento.
Antes de adentrar no tema, é necessário explicar brevemente o que são os FIIs. Trata-se de uma modalidade de investimento em que o dinheiro dos investidores é aplicado em imóveis, sejam eles comerciais, residenciais, de lazer ou de outros tipos. O rendimento desses fundos é proveniente do aluguel dos imóveis, da valorização das cotas e da distribuição de lucros. Os FIIs são negociados na bolsa de valores e, por isso, são acessíveis a qualquer investidor.
Existem dois tipos principais de FIIs: os de papel e os de tijolo. Os FIIs de papel são aqueles em que os recursos dos investidores são destinados a títulos de crédito imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Já os FIIs de tijolo são aqueles em que o dinheiro é aplicado diretamente em imóveis físicos, como prédios comerciais, shoppings, galpões logísticos, entre outros.
Com a elevação da Selic, muitos investidores se questionam sobre qual será o impacto nos FIIs. A resposta é: depende do tipo de FII em que se investe. No caso dos FIIs de papel, a tendência é que haja uma valorização das cotas, pois os títulos de crédito imobiliário ficam mais atrativos com a alta dos juros. Isso acontece porque os rendimentos desses títulos estão atrelados à taxa Selic, ou seja, quanto maior a taxa, maior o rendimento.
Por outro lado, os FIIs de tijolo podem ser impactados negativamente com a elevação da Selic. Isso ocorre porque, com os juros mais altos, o custo de financiamento para a compra de imóveis também aumenta, o que pode afetar a rentabilidade dos fundos. Além disso, a valorização dos imóveis tende a ser mais lenta em períodos de juros elevados.
No entanto, é importante ressaltar que esses impactos não são definitivos e podem variar de acordo com as estratégias de cada fundo e com o cenário econômico do país. Por exemplo, alguns FIIs de tijolo podem se beneficiar com a alta dos juros, pois possuem contratos de aluguel atrelados ao Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que costuma ser reajustado pela inflação e também pode ser afetado pela taxa Selic.
Além disso, os FIIs de tijolo também podem se beneficiar com a valorização dos imóveis no longo prazo. Com a retomada da economia e a consequente melhora do mercado imobiliário, é possível que os imóveis se valorizem e tragam bons retornos para os investidores. Isso pode ser observado, por exemplo, em fundos que possuem imóveis em regiões de grande desenvolvimento e potencial de valorização.
Por outro lado, os FIIs de papel também possuem suas vantagens. Por serem mais líquidos, ou seja, de fácil negociação, eles permitem que o investidor possa resgatar seus recursos a qualquer momento. Além disso, por não estarem diretamente ligados aos imóveis físicos, eles possuem menor risco de inadimplência e inadimplência, o que pode trazer mais segurança