Com o avanço do segmento, vemos um crescimento significativo na participação do crédito não bancário nas carteiras da indústria de fundos. Essa mudança é reflexo não apenas da diversificação de opções de investimento disponíveis, mas também da busca cada vez maior por alternativas rentáveis em meio a cenários econômicos desafiadores.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em 2020, a participação dos fundos de crédito privado duplicou em relação ao ano anterior, passando de 5,3% para 11,5% do total de recursos da indústria de fundos. Essa forte valorização é um reflexo da busca constante por rentabilidade em um cenário de juros em patamares historicamente baixos.
Em um contexto de Selic em alta, os gestores de crédito privado se destacam como líderes de crescimento entre os fundos de investimento. Isso porque, ao mesmo tempo em que a taxa básica de juros elevada dificulta a conquista de bons rendimentos em investimentos de renda fixa tradicionais, como a poupança, por exemplo, ela também torna mais atrativo o investimento em títulos de crédito privado.
Os títulos de crédito privado são emitidos por empresas, e não pelo governo, e, portanto, oferecem uma rentabilidade potencialmente maior que os títulos públicos. No entanto, por serem considerados investimentos de maior risco, esses títulos precisam ser oferecidos por meio de fundos de investimento, que contam com gestores especializados em analisar e selecionar as melhores oportunidades de crédito.
Outro fator que contribui para o sucesso dos fundos de crédito privado é a diversificação de suas carteiras. Enquanto em investimentos individuais o investidor corre um maior risco de perda caso a empresa que emitiu o título não honre com o pagamento, nos fundos de crédito privado esse risco é diluído entre uma série de emissores diferentes.
Os gestores de crédito privado buscam investir em títulos de empresas sólidas e com bom histórico de pagamentos, realizando uma criteriosa análise de crédito. Além disso, podem investir em diferentes tipos de títulos, como debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), o que também contribui para a diversificação e redução de riscos.
Nesse sentido, os fundos de crédito privado são uma opção interessante para aqueles que buscam um maior potencial de retorno em seus investimentos, mas não querem se expor a riscos elevados. Isso porque, além da gestão profissional e da diversificação, esses fundos ainda contam com a regulamentação e supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que garante maior segurança aos investidores.
Outra vantagem dos fundos de crédito privado é a possibilidade de investir com valores mais acessíveis. Diferente de outros tipos de investimento em renda fixa, que muitas vezes exigem aportes iniciais elevados, os fundos de crédito privado permitem que investidores com diferentes perfis e níveis de patrimônio tenham acesso a esses títulos e, consequentemente, possam diversificar suas carteiras de maneira mais efetiva.
Com a tendência de manutenção da Selic em patamares elevados, é possível que o segmento de crédito privado continue a crescer e ganhar mais espaço nas carteiras dos brasileiros. Além disso, a perspectiva de retomada da economia e de maior oferta de crédito no mercado corporativo tende a impulsionar ainda mais os investimentos nessa modalidade.
Por fim,