O mercado de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) vem ganhando cada vez mais espaço no cenário financeiro brasileiro. Desde a regulamentação em 2003, esses fundos têm se mostrado uma opção atraente para investidores institucionais, como bancos e fundos de pensão, mas ainda um pouco desconhecida para o público em geral.
No entanto, isso começou a mudar em 2020, com a primeira abertura de um FIDC para o varejo. Há exatamente um ano, em março de 2020, o FIDC XP Crédito Privado I foi lançado e tornou-se o primeiro fundo do tipo a permitir a entrada de investidores pessoas físicas. Mas por que, mesmo após um ano, apenas seis FIDCs estão abertos para o público geral, em meio a um total de 3,3 mil fundos?
Em entrevista exclusiva ao InfoMoney, o sócio-diretor da Solis Investimentos, Luis Felipe Amaral, compartilha sua visão sobre o mercado de FIDCs e por que ainda há poucas opções para o varejo. Ele afirma que, na verdade, não vê entraves relevantes para a abertura desses fundos ao público em geral, e explica os possíveis motivos para a baixa adesão até o momento.
Para Amaral, o principal empecilho para a popularização dos FIDCs é a falta de divulgação e conhecimento sobre o produto. “Esses fundos são relativamente novos e ainda pouco conhecidos pela grande maioria dos investidores”, diz ele. Além disso, o sócio-diretor destaca que a complexidade dos FIDCs pode ser intimidante para alguns investidores, que acabam optando por produtos mais tradicionais e conhecidos.
No entanto, Amaral ressalta que os FIDCs têm vantagens significativas em relação a outros investimentos, como fundos de renda fixa e CDBs. “Os FIDCs oferecem uma rentabilidade geralmente superior às opções mais conhecidas do mercado, além de diversificação de carteira e possibilidade de investir em ativos com baixa correlação com outros produtos”, explica ele.
Outro motivo apontado por Amaral para a baixa adesão dos FIDCs pelo público geral é a falta de oferta desses fundos pelas corretoras e plataformas de investimento. “As corretoras ainda não têm a cultura de oferecer FIDCs para o varejo, preferindo produtos mais tradicionais e com maior liquidez”, afirma ele. No entanto, o sócio-diretor acredita que essa realidade está prestes a mudar, com a maior demanda dos investidores por opções de investimento mais rentáveis.
O sucesso do FIDC XP Crédito Privado I, que já levantou mais de R$ 1 bilhão em investimentos, é um indicativo de que o mercado de FIDCs para o varejo tem potencial para crescer. Além disso, em 2021, outros fundos do tipo têm sido abertos para o público em geral, como o FIDC BTG Pactual Crédito Corporativo, que também já ultrapassou a marca de R$ 1 bilhão de captação.
Amaral acredita que, a partir da maior oferta e divulgação dos FIDCs para o varejo, a tendência é que mais investidores se interessem por esse tipo de investimento e a popularização desses fundos aumente. Ele destaca que os FIDCs são uma ótima opção para diversificar a carteira e obter melhores retornos, mas ressalta a importância de sempre analisar com cuidado cada produto antes de investir.
Em relação aos riscos, Amaral afirma que os FIDCs têm níveis de risco semelhantes a outros produtos de renda fixa, mas é importante lembrar que a rentabilidade não é garant