A busca por investimentos isentos de Imposto de Renda tem sido uma tendência crescente no mercado financeiro brasileiro. Com a queda da taxa básica de juros, a Selic, para o patamar histórico de 2% ao ano, os investidores têm buscado alternativas para obter uma rentabilidade maior em seus investimentos. Nesse contexto, os papéis sem IR têm se destacado, pressionando os prêmios e atraindo cada vez mais investidores.
A corrida por investimentos isentos de Imposto de Renda começou com as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que são títulos emitidos por instituições financeiras com o objetivo de financiar o setor imobiliário e o agronegócio, respectivamente. Esses títulos possuem a vantagem de serem isentos de IR para pessoas físicas, o que os torna mais atrativos em comparação com outros investimentos de renda fixa.
Com a alta demanda por esses papéis, os spreads (diferença entre a taxa de captação do emissor e a taxa de remuneração do investidor) têm sido pressionados para baixo, o que significa que os investidores estão aceitando uma taxa de remuneração menor para obter a isenção de IR. Isso tem sido um desafio para as instituições financeiras, que precisam encontrar formas de manter a rentabilidade desses títulos atrativa para os investidores.
Além disso, a busca por investimentos isentos de IR também tem afetado o mercado de debêntures, que são títulos de dívida emitidos por empresas com o objetivo de captar recursos para financiar suas atividades. As debêntures tradicionais, que não possuem isenção de IR, têm perdido espaço para as debêntures incentivadas, que são isentas de IR e possuem como objetivo financiar projetos de infraestrutura, como rodovias, aeroportos e energia.
Com o aumento da demanda por debêntures incentivadas, os prêmios desses títulos também têm sido pressionados para baixo, o que significa que as empresas estão conseguindo captar recursos a taxas mais baixas. Isso é positivo para as empresas, que conseguem financiar seus projetos com custos menores, e também para os investidores, que obtêm uma rentabilidade maior em comparação com outros investimentos de renda fixa.
No entanto, é importante ressaltar que, apesar da busca por investimentos isentos de IR, as debêntures tradicionais ainda possuem seu espaço no mercado. Isso porque esses títulos costumam oferecer uma rentabilidade maior em comparação com as debêntures incentivadas, o que pode ser atrativo para investidores que buscam uma maior rentabilidade em seus investimentos.
Além disso, o aumento na demanda por debêntures incentivadas tem impulsionado o mercado de emissões desses títulos. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), as emissões de debêntures incentivadas atingiram o recorde de R$ 50,5 bilhões no primeiro semestre de 2021, um aumento de 44% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse aumento nas emissões de debêntures incentivadas é um reflexo do cenário econômico atual, que tem impulsionado os investimentos em infraestrutura no país. Com a retomada da economia e a expectativa de crescimento nos próximos anos, as empresas têm buscado recursos para financiar seus projetos de expansão, e as debêntures incentivadas têm se mostrado uma opção atrativa para isso.
Em resumo, a busca por investimentos isentos de Imposto de Renda tem pressionado os prêmios dos papéis