Com a recente aprovação da Medida Provisória (MP) 806/2017, que altera a tributação dos Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), gestoras e investidores estão enfrentando incertezas sobre o impacto dessa mudança no mercado. Enquanto alguns especialistas defendem a importância de manter o foco na qualidade dos ativos, outros alertam para uma possível corrida por cotas isentas, o que pode gerar distorções no mercado.
A MP 806/2017, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, propõe alterações na tributação dos FIIs, que atualmente são isentos de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos distribuídos aos cotistas. Com a nova medida, os FIIs passariam a ser tributados em 20% sobre os rendimentos distribuídos, além de uma alíquota de 15% sobre os ganhos de capital na venda das cotas.
Essa mudança tem gerado preocupação entre os investidores, principalmente aqueles que possuem cotas de FIIs em suas carteiras. Afinal, a tributação dos rendimentos pode reduzir a rentabilidade desses fundos, que são conhecidos por oferecerem bons dividendos aos cotistas.
Diante desse cenário de incertezas, as gestoras de FIIs têm adotado uma postura cautelosa em relação à aplicação da MP. Algumas já estão revisando suas estratégias de investimento e buscando alternativas para minimizar o impacto da tributação nos rendimentos dos fundos.
Uma das principais preocupações é com a possível corrida por cotas isentas, que pode gerar uma valorização artificial desses ativos. Isso porque, com a nova tributação, os FIIs que já estão em funcionamento não serão afetados, ou seja, os rendimentos distribuídos continuarão sendo isentos de IR. Porém, os novos fundos que forem lançados após a aprovação da MP serão tributados, o que pode gerar uma busca por cotas isentas pelos investidores.
Essa corrida por cotas isentas pode gerar distorções no mercado, com uma valorização exagerada desses ativos e uma possível queda nos preços das cotas dos fundos que serão tributados. Além disso, pode haver uma concentração de investidores em poucos fundos, o que pode comprometer a diversificação das carteiras.
Diante desse cenário, alguns especialistas defendem que os investidores devem manter o foco na qualidade dos ativos, ao invés de se preocuparem apenas com a isenção de IR. Afinal, a tributação dos rendimentos não deve ser o único critério na escolha de um FII.
É importante lembrar que os FIIs são investimentos de longo prazo e que, mesmo com a tributação, ainda podem oferecer uma boa rentabilidade aos cotistas. Além disso, é preciso considerar outros fatores, como a localização e a qualidade dos imóveis que compõem a carteira do fundo, a gestão e a transparência da gestora, entre outros.
Outro ponto importante é que a MP ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional, o que pode levar algum tempo. Portanto, é preciso aguardar para ver como o mercado irá reagir e quais serão os impactos reais da nova tributação dos FIIs.
Enquanto isso, os investidores devem manter a calma e não tomar decisões precipitadas. É importante buscar informações e orientações de profissionais especializados, que possam ajudar na escolha dos melhores fundos de acordo com o perfil de cada investidor.
Em resumo, a nova tributação dos FIIs tem gerado incertezas e preocupações no mercado, mas é importante manter o foco na qualidade dos ativos e não se deixar levar pela corrida por cotas is