Nos últimos anos, temos observado um crescimento significativo no número de famílias ricas que optam por gerenciar seus investimentos por meio de family offices. Essas entidades prestam serviços personalizados de gestão patrimonial para famílias de alta renda, com o objetivo de garantir uma alocação de recursos eficiente e estratégica. E, de acordo com family offices consultados, o timing da alocação passou a ser ainda mais crucial com a recente alta do Imposto de Renda no radar.
Com a estimativa de que o governo brasileiro arrecade cerca de R$ 3 bilhões a mais por ano com o aumento do Imposto de Renda sobre os ganhos de capital, os investidores de alta renda têm se antecipado e buscado alternativas mais vantajosas para proteger seus patrimônios. E uma das principais estratégias adotadas tem sido a busca por ativos isentos de Imposto de Renda, como é o caso de Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
Além da isenção fiscal, esses ativos também oferecem boa rentabilidade e baixo risco, o que tem atraído a atenção dos investidores preocupados com a possível alta do IR sobre os ganhos de aplicações em renda fixa. De acordo com dados da B3, até o mês de agosto deste ano, o volume de operações com esses ativos isentos foi de R$ 182,5 bilhões, um aumento de 27% em relação ao mesmo período do ano passado.
Outra tendência observada no mercado foi o aumento da procura por ETFs (Exchange Traded Funds), que são fundos de investimento que replicam índices de mercado. Com a possibilidade de diversificação de investimentos e baixo custo de administração, os ETFs têm se mostrado uma opção atrativa para os investidores de family offices. Além disso, esses fundos são isentos de Imposto de Renda sobre os rendimentos, o que os torna ainda mais interessantes com a possibilidade de alta do IR sobre os ganhos de capital.
Além das opções isentas de Imposto de Renda, os family offices também têm buscado investimentos no exterior como forma de proteger seus patrimônios. Com a possibilidade de diversificação geográfica, esses investimentos podem minimizar os impactos de possíveis mudanças na legislação tributária no Brasil. Segundo dados do Banco Central, o volume de remessas de recursos para o exterior já ultrapassou a marca de US$ 25 bilhões em 2021, um aumento de 40% em relação ao mesmo período do ano passado.
Todas essas estratégias adotadas pelos family offices têm como objetivo principal proteger o patrimônio das famílias de alta renda e garantir uma alocação eficiente de recursos. E essa preocupação com o timing da alocação de investimentos se tornou ainda mais evidente com a possibilidade de aumento do Imposto de Renda sobre os ganhos de capital.
Apesar da incerteza em relação às mudanças na legislação tributária, os consultores de family offices destacam que a diversificação de investimentos é sempre uma estratégia inteligente. Além disso, é importante estar sempre atento às oportunidades e analisar constantemente o cenário econômico para fazer ajustes na carteira de investimentos, buscando sempre as melhores alternativas para proteger o patrimônio e obter bons resultados.
Portanto, podemos concluir que o aumento do Imposto de Renda sobre os ganhos de capital tem impulsionado os investidores de alta renda a buscar ativos isentos, ETFs e investimentos no exterior. E, com o auxílio dos family offices, esses investidores têm conseguido