Em uma recente entrevista à rádio Renascença, o investigador Tiago Rosa Gaspar, autor do livro “Decifrar a Corrupção”, trouxe à tona uma questão preocupante: o combate à corrupção em Portugal não está sendo eficaz. Apesar do trabalho apresentado e do reforço dos meios, o fenômeno ainda persiste em nosso país.
A corrupção é um problema que afeta não apenas Portugal, mas diversas nações ao redor do mundo. Ela se manifesta de diversas formas, seja através de desvios de verbas públicas, favorecimentos ilícitos, tráfico de influência, entre outros. E seus impactos são devastadores, pois além de prejudicar a economia e a sociedade como um todo, ela também mina a confiança dos cidadãos em suas instituições e governantes.
No entanto, apesar de ser um problema complexo e de difícil solução, é preciso reconhecer que Portugal tem avançado no combate à corrupção. Desde a criação da Polícia Judiciária em 1945, que tem como uma de suas principais funções investigar crimes de corrupção, até a criação da Procuradoria-Geral da República em 1975, que tem como objetivo combater a corrupção e outros crimes contra o Estado, o país tem dado passos importantes nessa luta.
Além disso, nos últimos anos, houve um reforço nos meios de combate à corrupção, com a criação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e da Unidade de Combate à Corrupção e Criminalidade Económica (UCCE), que trabalham em conjunto com a Polícia Judiciária e a Procuradoria-Geral da República. Essas unidades têm sido fundamentais na investigação e punição de casos de corrupção em Portugal.
No entanto, mesmo com esses esforços, a corrupção ainda é uma realidade em nosso país. E é nesse contexto que o livro “Decifrar a Corrupção”, de Tiago Rosa Gaspar, se torna tão relevante. O autor, que é investigador do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, traz uma abordagem inovadora para entender e combater a corrupção.
Em sua entrevista à Renascença, Tiago Rosa Gaspar defende que é preciso ir além das medidas repressivas e investir em políticas preventivas. Segundo ele, é necessário entender as causas da corrupção e implementar medidas que possam minimizar sua ocorrência. E uma dessas medidas é a transparência.
A transparência é um dos pilares fundamentais no combate à corrupção. Quanto mais informações estiverem disponíveis para a população, menos espaço haverá para a corrupção se instalar. Por isso, é importante que os órgãos públicos sejam transparentes em suas ações e decisões, disponibilizando dados e informações de forma clara e acessível.
Outro ponto destacado pelo investigador é a necessidade de uma maior cooperação entre as instituições responsáveis pelo combate à corrupção. Ele ressalta que é preciso que a Polícia Judiciária, a Procuradoria-Geral da República e as unidades de combate à corrupção trabalhem em conjunto, compartilhando informações e recursos, para que os casos sejam investigados de forma mais eficaz.
Além disso, Tiago Rosa Gaspar também aponta a importância da educação e conscientização da população. É preciso que os cidadãos entendam que a corrupção é um problema que afeta a todos e que cada um tem um papel importante no seu combate. Através da educação, é possível criar uma cultura de integridade e ética, que pode ajudar a prevenir a ocorrência de atos corruptos.
Em seu livro, o investigador também aborda a necessidade de