Ao longo desta sexta-feira, o cenário político português foi marcado por declarações controversas de líderes partidários acerca das possíveis alianças entre partidos. O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, alertou para os “riscos” e os “perigos” que uma coligação entre a Aliança Democrática (AD) e a Iniciativa Liberal (IL) traria para o país. Já o presidente do Partido Socialista (PS), Carlos César, insinuou que a aliança entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Chega ainda é uma possibilidade que deve ser evitada.
As declarações de Pedro Nuno Santos foram feitas durante o dia, em diferentes momentos e locais. Num primeiro momento, o ministro afirmou que uma coligação entre a AD e a IL, partidos que têm crescido em popularidade nos últimos anos, poderia colocar em risco os avanços sociais e económicos conquistados pelo PS nos últimos anos. Em declarações à imprensa, o ministro destacou a importância de continuar a investir em áreas como a habitação e as infraestruturas, e alertou que uma aliança entre os dois partidos poderia atrasar ou até mesmo reverter esses avanços.
Mais tarde, durante um evento em Lisboa, Pedro Nuno Santos voltou a abordar o tema, afirmando que uma aliança entre a AD e a IL seria “um perigo para o país”. O ministro destacou as diferenças ideológicas entre os dois partidos, nomeadamente no que diz respeito às políticas económicas e sociais, e alertou que um possível governo liderado por eles poderia prejudicar a estabilidade e o progresso do país.
Por sua vez, o presidente do PS, Carlos César, aproveitou a sua presença num evento em Vila Real para abordar a questão da possível aliança entre o PSD e o Chega. Embora não tenha mencionado diretamente o partido liderado por André Ventura, o líder socialista deixou no ar a ideia de que essa aliança ainda é uma possibilidade que deve ser evitada. César afirmou que “o perigo de uma aliança com forças extremistas não está afastado”, e reforçou a importância de manter o diálogo e a cooperação entre os partidos democráticos.
Essas declarações geraram reações por parte dos visados, com a IL a acusar o ministro Pedro Nuno Santos de “falta de espírito democrático” e de tentar “manipular os eleitores”. Já o PSD, através do seu líder Rui Rio, rejeitou qualquer possibilidade de aliança com o Chega, afirmando que essa hipótese “não está em cima da mesa”.
No entanto, é importante salientar que, apesar das diferenças ideológicas e das trocas de acusações entre os partidos, a grande maioria dos portugueses parece não estar preocupada com possíveis alianças entre eles. Segundo uma sondagem realizada pela Eurosondagem para o Expresso, apenas 8% dos inquiridos considera que uma coligação entre a AD e a IL seria benéfica para o país, enquanto 69% acredita que seria prejudicial. E no caso de uma aliança entre PSD e Chega, 77% dos inquiridos acreditam que seria prejudicial, contra apenas 5% que consideram que seria benéfica.
Esta é mais uma prova de que os portugueses valorizam a estabilidade política e a continuidade de políticas que têm trazido resultados positivos para o país. Apesar das diferenças entre os partidos, há um consenso geral de que é importante manter o diálogo e a cooperação entre eles, em prol do bem-estar da