A obesidade e as doenças crônicas são problemas de saúde cada vez mais comuns na sociedade moderna. Estima-se que, em 2025, mais de 2,7 bilhões de pessoas em todo o mundo estarão acima do peso e 177 milhões serão obesas. Além disso, as doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, são responsáveis por 70% das mortes prematuras no mundo. Diante desses números alarmantes, é necessário encontrar soluções eficazes para combater esses problemas. E uma das novidades que vem ganhando destaque é a chamada “pílula do exercício”.
Em uma entrevista exclusiva para o portal Olhar Digital, o médico e pesquisador Dr. Diego Giulliano Destro-Saade explica como essa nova alternativa pode beneficiar pessoas com obesidade e doenças crônicas.
O conceito da “pílula do exercício” é baseado em um hormônio chamado irisina, descoberto em 2012 por pesquisadores da Universidade Harvard. Esse hormônio é produzido durante a prática de atividades físicas e é responsável por transformar a gordura branca em gordura marrom, que tem a função de gerar calor e, consequentemente, queimar calorias. Além disso, a irisina também atua como um regulador do metabolismo e está relacionada a benefícios para o sistema cardiovascular, ossos e cérebro.
De acordo com o Dr. Diego, a principal vantagem da “pílula do exercício” é que ela pode ser uma alternativa para pessoas que não conseguem praticar atividades físicas devido a problemas de saúde, como a obesidade ou doenças crônicas. Ele afirma que “a irisina, administrada como medicamento, pode oferecer os mesmos benefícios do exercício físico sem a necessidade de esforço físico”. Isso significa que, teoricamente, uma pessoa que não pode se exercitar, poderia obter os mesmos resultados de uma pessoa que se exercita regularmente, apenas através da ingestão dessa pílula.
No entanto, o médico alerta que ainda são necessários mais estudos para comprovar a eficácia e segurança dessa “pílula do exercício”. Até o momento, os estudos foram feitos apenas em animais e os resultados em humanos ainda não foram suficientes para comprovar sua eficácia. Além disso, ele reforça que a “pílula do exercício” não deve ser vista como uma solução milagrosa, mas sim como uma estratégia complementar para o tratamento da obesidade e doenças crônicas.
Contudo, a ideia de uma pílula que ofereça os mesmos benefícios do exercício físico é promissora e pode ser um recurso valioso para ajudar a combater a crescente epidemia de obesidade e doenças crônicas. Além disso, para pessoas que possuem dificuldades para realizar exercícios físicos, essa pode ser uma opção viável para melhorar a qualidade de vida e prevenir complicações de saúde.
Mas, enquanto a “pílula do exercício” ainda não é uma realidade, o Dr. Diego ressalta a importância da prática regular de atividades físicas e uma alimentação saudável para o controle da obesidade e das doenças crônicas. Ele acredita que a mudança de hábitos é fundamental para a prevenção e tratamento desses problemas e que a “pílula do exercício” pode ser vista como um complemento para esse processo.
Portanto, é necessário aguardar os resultados de mais estudos sobre a “pílula do exercício” e sua eficácia em humanos. Enquanto isso, é essencial manter hábitos saudáveis e buscar orientação
