O Bispo de Setúbal, D. José Ornelas, tem sido uma voz ativa na defesa dos mais necessitados e vulneráveis da sua diocese. Recentemente, em uma entrevista ao jornal “Diário do Distrito”, o bispo pediu uma “alternativa” para a saúde e instou as autoridades a replicarem os “bons exemplos na Península de Setúbal”, especialmente no que diz respeito à implementação de modelos de urgências metropolitanas e regionais. Em tempos de crise na saúde, suas palavras ressoam com urgência e esperança.
Em sua entrevista, D. José Ornelas destacou a necessidade de se encontrar uma alternativa ao atual sistema de saúde, que tem sido alvo de críticas e insatisfação por parte da população. Ele enfatizou que a saúde é um direito básico e inalienável de todos e que é dever do Estado garantir o acesso aos serviços de saúde de qualidade para todos os cidadãos. No entanto, a realidade tem mostrado que esse dever está longe de ser cumprido.
Na Diocese de Setúbal, que abrange uma grande parte da Península de Setúbal, as dificuldades na área da saúde são particularmente evidentes. D. José Ornelas ressaltou que a região enfrenta uma escassez de recursos e profissionais de saúde, além de uma crescente demanda por atendimento médico. Nesse contexto, o bispo defende a adoção de modelos de urgências metropolitanas e regionais, que, segundo ele, já se mostraram eficazes em outras regiões do país.
As urgências metropolitanas consistem em centros de atendimento que abrangem uma determinada região, reunindo recursos e profissionais de diferentes hospitais e unidades de saúde. Já as urgências regionais são centros de menor porte, mas que também oferecem serviços de urgência e emergência, descongestionando os grandes hospitais e garantindo um atendimento mais rápido e eficiente. Esses modelos têm sido implementados com sucesso em outras regiões de Portugal, como Lisboa e Porto.
D. José Ornelas destacou que a implementação desses novos modelos de urgência na Península de Setúbal seria uma solução viável e necessária para enfrentar os desafios atuais da saúde. No entanto, ele ressaltou que isso só será possível com o compromisso e a colaboração das autoridades políticas e dos profissionais de saúde. O bispo também frisou a importância de ouvir e envolver a população nas decisões sobre a saúde, pois são as pessoas que mais sofrem com as deficiências do sistema.
Além disso, D. José Ornelas enfatizou que a implementação dos modelos de urgência metropolitanas e regionais não é uma solução isolada, mas deve ser acompanhada de outras medidas, como a valorização dos profissionais de saúde e o reforço da prevenção e promoção da saúde. Ele destacou que a saúde não deve ser vista apenas como um gasto, mas como um investimento no bem-estar e qualidade de vida das pessoas.
O bispo de Setúbal também chamou a atenção para a importância da solidariedade e da responsabilidade social no âmbito da saúde. Ele ressaltou que todos têm um papel a desempenhar na construção de um sistema de saúde mais justo e eficiente, seja através de doações ou de ações voluntárias. D. José Ornelas enfatizou que, juntos, é possível encontrar soluções e superar os desafios da saúde na Península de Setúbal e no país como um todo.
Em suas palavras, D. José Ornelas demonstra preocupação e empatia com as dificuldades enfrentadas pela população em relação à saúde. Seu pedido por uma “alternativa” é um apelo para que sejam buscadas soluções eficazes e humanizadas para os problemas do sistema