O diretor do serviço de Psicologia da Unidade Local de Saúde (ULS) São João, Eduardo Carqueja, recentemente fez uma declaração que chamou a atenção de muitas pessoas. Segundo ele, as pessoas passam a vida inteira tentando fugir do sofrimento, pois não têm tempo para se dedicar a si mesmas. De acordo com Carqueja, essa fuga do sofrimento é resultado de uma sociedade que valoriza apenas a produtividade e a busca incessante por uma vida perfeita. No entanto, o diretor deixa claro que o sofrimento não é uma fragilidade e, na verdade, pode ser o primeiro passo para nos tornarmos menos vulneráveis.
Vivemos em uma época em que a felicidade é vista como um objetivo a ser alcançado a qualquer custo. Somos bombardeados por propagandas que nos mostram um mundo perfeito, onde todos são bem-sucedidos, felizes e sem problemas. Essa busca pela felicidade a todo custo acaba gerando uma pressão enorme sobre as pessoas, que se sentem obrigadas a ter uma vida perfeita e livre de sofrimento. No entanto, essa expectativa irreal só aumenta o nosso sofrimento, pois nos faz acreditar que falhamos por não conseguirmos atingir esse ideal.
Eduardo Carqueja alerta que essa fuga do sofrimento é uma forma de nos afastarmos de nós mesmos. Não temos tempo para parar e refletir sobre nossas emoções, nossos medos e nossas fraquezas. Estamos sempre ocupados com o trabalho, os estudos, as redes sociais e outras atividades que nos afastam do nosso interior. No entanto, é justamente nesse contato com nós mesmos que encontramos as respostas para nossas dores e dificuldades.
O sofrimento é parte inevitável da vida e não podemos fugir dele. No entanto, ao invés de tentarmos nos livrar dele, devemos aprender a lidar com ele. O diretor da ULS São João destaca que o sofrimento pode ser um grande aliado no nosso processo de crescimento e amadurecimento. Ao enfrentarmos nossos medos e angústias, nos tornamos mais fortes e mais resistentes às adversidades da vida.
Para Eduardo Carqueja, o sofrimento não é uma fraqueza, mas sim uma oportunidade de nos tornarmos mais resilientes. Ele acredita que, ao enfrentarmos nossas dores, nos tornamos mais conscientes de quem somos e do que queremos. Com isso, ficamos menos vulneráveis às expectativas externas e nos tornamos mais autoconfiantes.
É importante ressaltar também que o sofrimento não é algo que devemos enfrentar sozinhos. O diretor da ULS São João destaca a importância de buscar ajuda profissional quando necessário, seja através da terapia ou de outros tratamentos. Além disso, é fundamental contar com o apoio da família e dos amigos nessas horas.
Portanto, é preciso repensar a forma como encaramos o sofrimento. Ao invés de fugirmos dele, devemos aprender a lidar com ele. O sofrimento pode ser um grande aliado no nosso processo de crescimento e nos tornar pessoas mais fortes e mais conscientes de nós mesmos. Não devemos ter medo de enfrentar nossas dores, pois é justamente aí que encontramos a força para seguir em frente. Não fuja do sofrimento, enfrente-o e se permita viver uma vida plena e autêntica consigo mesmo.