A Apple passou por reveses às vésperas do Natal, tendo dois modelos do Apple Watch proibidos de serem vendidos por violações de patentes de uma empresa do setor médico. A big tech já recorreu e conseguiu uma liberação temporária das vendas. Apesar dos riscos no mercado da saúde, que é altamente regulamentado, a Apple deve continuar investindo em novidades para o relógio inteligente – e potencialmente entrar em desacordos com outras companhias.
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Apple Watch no setor da saúde
A Apple foi impedida de vender os modelos Watch Series 9 e Ultra 2 do Apple Watch por violações de patente em relação ao sensor de oxigênio no sangue. No processo que culminou na decisão, a empresa Masimo, de tecnologia de saúde, acusou a big tech de roubar a ideia para o sistema de oximetria de pulso.
No entanto, de acordo com o jornal Wall Street Journal, a Apple não deve parar por aí e quer tornar o relógio um dispositivo médico completo, mesmo que isso signifique problemas jurídicos.
Durante anos, a empresa já vem aprimorando os recursos de saúde dos modelos, que já incluem monitoramento de oxigênio no sangue e pressão arterial. A expectativa, segundo o site, é que no futuro a Apple chegue tão longe que possa medir níveis de glicose no sangue sem a necessidade de perfuração.
(Imagem: Arcansel / Shutterstock)
Apple Watch completo em saúde
O jornal explica que uma empreitada como medir os níveis de glicose ou pressão arterial é desafiadora até para a companhia mais valiosa do mundo.Apesar do pulso ser o local ideal, por ter uma rede extensa de vasos sanguíneos próxima da pele em comparação com outras partes do corpo, ainda há desafios de engenharia.Empresas como a Samsung e o Google, com os seus próprios relógios inteligentes, já oferecem medidas parecidas, mas a leitura é estimada e ainda não são tão confiáveis quanto suas respectivas versões médicas.Além disso, para um recurso desse tipo, a Apple deve conseguir aprovação da Food and Drug Administration, o órgão regulador do setor, que só libera o uso caso o dispositivo tenha uma eficácia comparável a outro modelo já existente para a mesma tarefa.Outros desafios envolvem o próprio corpo dos usuários, já que a medição pode mudar de acordo com o tom de pele ou a temperatura corporal.
(Imagem: Divulgação/Apple)
Problemas jurídicos
O problema dessas inovações é que a Apple não é a única mirando nesse tipo de tecnologia. Startups do setor de saúde, como a Hagar, de Tel Aviv, e a Know Labs, de Seattle, já trabalham em métodos de monitoramento de glicose no sangue há anos.
Conforme a big tech avança no mercado, aumentam as acusações de roubar ideias e métodos de concorrentes menores, além de violar patentes.
Ben Bajarin, analista principal da empresa de pesquisa de tecnologia de consumo Creative Strategies, ainda pontua que o ocorrido com a Masimo, que levou à proibição das vendas do Apple Watch nos EUA na última semana, mostra que o mercado da saúde é altamente regulamentado. Ou seja, para se destacar no setor, a Apple ainda deve arrumar alguns problemas jurídicos no caminho.
(Imagem: Divulgação/Apple)
Relembre o caso do Apple Watch
A Apple anunciou no dia 18 a suspensão das vendas dos modelos Watch Series 9 e Ultra 2 nos Estados Unidos. A pausa entrou em vigor no dia 21 nas vendas online e no dia 24 na venda nas lojas físicas, apenas no país.A proibição afetou apenas os dois modelos, que contam com a tecnologia de oximetria de pulso acusada de violar patentes. O modelo mais antigo, o SE, não está envolvido na decisão.Os relógios já vendidos não foram afetados.As pausas nas vendas aconteceram em um momento crucial para a Apple, às vésperas do Natal. A big tech chegou a recorrer para tentar reverter a decisão, mas teve seu pedido rejeitado.Posteriormente, a empresa pediu que a proibição seja suspensa pelo menos até que a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA analise as versões redesenhadas do Apple Watch, o que deve acontecer em 12 de janeiro de 2024. O pedido foi aceito e a big tech já voltou a vender os dois relógios suspensos.
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